Parábola do Semeador

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“Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera”. (Mateus, 13: 18-23)

Por Roberto Cidade

A parábola do Semeador foi utilizada por Allan Kardec para compor o capítulo 18 – “Sede Perfeitos”, do Evangelho segundo o Espiritismo. Na reflexão deste ensinamento, percebemos que, de maneira geral, moralmente nos encontramos em momento semelhante à semente que floresceu mas luta contra os espinhos.

Já vivemos inúmeras encarnações que nos proporcionaram conhecimentos das muitas facetas da nossa personalidade, experimentando situações que nos levaram a reflexão e ao entendimento. Acumulamos sentimentos e sensações, que nos prejudicaram ou nos proporcionaram felicidade genuína. Toda essa argamassa de “vidas passadas” proporciona o solo apropriado a receber a mensagem divina.

Há muito, o Divino Semeador estende sobre nós sua generosa mão.  Do amoroso Mestre, ouvimos seus conselhos e eles estão presentes em nossa consciência. É a semente que encontrou solo promissor e brota, frágil e pequenina. Apesar de muito frágil e pequenina, ela está lá!

Podemos dizer que somos, então, conhecedores das qualidades morais necessárias para a evolução espiritual. Porém, nossa dificuldade está em aplicá-las, o que pode ser explicado pelas características do mundo atual.

Esse momento de dúvida e impotência na preservação dos ensinamentos morais frente a vida material, deixa o Espírito em profundo dilema moral, com tendências a desistir da orientação amorosa do Evangelho. O pessimismo toma conta da criatura e tornam-se comuns as frases de desânimo e revolta. São os “espinhos’” da parábola que vem nos sufocar!

Muitos filhos renegam a família, desperdiçando valiosa oportunidade de reencontro e de perdão. Muitos deixam a Doutrina Espírita buscando alento em ensinamentos que pregam a salvação por meio do louvor estático e não pela dolorosa renovação íntima. Muitos seguem em processo depressivo até a inócua solução do suicídio!

Busquemos a Luz do Amor do Cristo, vencendo as ilusões e o pessimismo que nos cercam como espinhos afiados, da mesma forma como faz a pequena flor, que busca o Sol entre os espinhos ocupando, com paciência e resignação, seu lugar na sementeira, mas sempre confiante de que o calor e a luz lhe são garantidos. 

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