Por Ivan Melo
“A prece é medicamento eficaz para todas as doenças da alma”
(Livro Vida Feliz, de Joanna de Ângelis e Divaldo P. Franco)
Achei importante começar esse artigo com a frase acima, pois acredito que condiz com tudo que estamos passando nos últimos tempos. Quando o Espírito de Joanna de Ângelis faz referência às doenças da alma, creio que nesses tempos, todos nós, seres humanos encarnados, estamos de alguma forma doentes da nossa alma.
Segundo o Espiritismo, as doenças da alma são o conjunto de condições de nossos pensamentos, sentimentos e sensibilidades, que animam e dão vida ao corpo que afetam essas áreas. Em geral, são enfermidades psíquicas e, atualmente, as mais comuns são: depressão, ansiedade, estresse e dependências químicas.
A prece, também chamada de oração ou reza, é uma maneira de nos comunicamos com Deus e com o plano espiritual. Podemos fazer uma prece por nós mesmos e pelos outros, encarnados e desencarnados. Também podemos orar pelos animais e pela natureza, porque o nosso amor deve se estender a todas as criaturas da obra divina.
Mas antes de continuarmos, façamos uma reflexão…
Se tudo no universo é matéria ou energia e aquilo que penso ou sinto também gera energia, que é a essência básica do nosso corpo espiritual, todos os pensamentos e emoções que temos podem melhorar ou piorar essa frequência vibratória.
Dentro desse conceito de que o universo é energia, podemos classificar uma oração ou prece como o agente capaz de produzir uma elevação do psiquismo individual ou coletivo, que resulta na capacidade de alterar positivamente nossas energias de forma geral. A oração tem a capacidade de sutilizar vibrações.
A oração é a capacidade que temos de buscar um padrão vibratório muito mais elevado do que a condição natural na qual estamos inseridos, ou seja, é uma forma de sair de um padrão de energia negativas para positivas.
Precisamos entender para que isso aconteça, o primeiro passo para a fundamentação de uma prece é a criação interior de uma vibração elevada (positiva), de moral superior, com base amorosa e de natureza leve, é como se estivéssemos “preparando o terreno” para orar.
Quando Jesus disse “Orai e Vigiai”, provavelmente Ele já queria nos trazer o entendimento que cada emoção positiva ou sentimentos superiores são agentes geradores de novos acontecimentos e virtudes, alertando também que as emoções negativas, tão comuns e abundantes, são orações invertidas. Precisamos ter cuidados com isso.
Porém, temos que entender que a oração é um portal para a consciência suprema de luz e elevadíssimas vibrações, aonde, por meio dos espíritos, Deus poderá nos atender.
A ação da prece se dá pela transmissão do pensamento. Todos os seres, encarnados e desencarnados, “estão mergulhados no fluído universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluído é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som”. Ao fazer a prece, emitimos o pensamento, que está aliado ao nosso pensamento, e é impulsionado pela nossa vontade. “É assim que a prece é ouvida pelos espíritos”.
A energia dessa transmissão depende da energia da vontade e do pensamento, e da qualidade dos sentimentos.
E o que podemos fazer pela prece?
Por ela podemos fazer três coisas:
1) louvar – reconhecendo toda grandeza, bondade e sabedoria de Deus, bendizendo o seu nome e demonstrando confiança, respeito e agradecimento;
2) pedir – expondo as nossas necessidades e desejos. Podemos pedir qualquer coisa que não contrarie as leis divinas, por exemplo, proteção para nossas vidas;
3) agradecer – demonstrando nossa gratidão por um benefício recebido, por nós mesmos ou pelos outros.
Entretanto, muitas pessoas dizem: “Eu rezo, rezo, rezo, mas nada acontece, Deus não me ouve”. Isso significa que o foco da energia gerada é apenas a própria pessoa, ou seja, mesmo que ela não perceba, trata-se de um sentimento de egoísta e não altruísta, que não gera fluxo e refluxo com o universo.
Por fim, cada um de nós, quando afastado da prática divina de boa oração, consente se afundar no lodo resultante das nossas imperfeições humanas. Quando percebermos que viver em estado de prece é tão essencial quanto a alimentação diária ou a água que bebemos, nos manteremo alinhados a Deus, sintonizado na essência divina, por isso vivendo para evoluir espiritualmente, e não apenas voltados para interesse materiais e nefastos.
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Referências:
– Evolução Espiritual na Prática – Gimenes, B.J. e Cândido, P. editora Luz da Seara, 2009.
– Espiritismo para Iniciante e Iniciados – Dutra, J. editora Dionisi,2014
– Espiritismo para Leigos – Faria, P. C de, editora Alta Books, 2016
– Mediunidade para Iniciantes – Pinheiro, L. G. – editora EME, 2016
– A Prece – Kardec, A. – FEB, 2016
– Evangelho Segundo Espiritismo – Kardec, A. – editora Editora Petit, 1997
– Vida Feliz – Franco, D. – Editora Leal Livraria, 2019