Perdoar e Esquecer

Publicado por . Em: Causos de Chico

Por Shirlene Divino

Alguém já disse que a falta de perdão e de esquecimento de injúrias tem sido a causa de muito fracasso na prova de todos nós.

Muitos irmãos perdoam, dizem, mas não esquecem as ofensas recebidas. Não sabem ou não podem esquecer. Por mais que façam por onde, a ofensa, a ingratidão, a injustiça, que ferem e magoam, não saem de suas mentes e de seus corações.

Conversamos assim em Pedro Leopoldo, com alguns confrades, após havermos participado da Sessão do Luiz Gonzaga, que fora como sempre tão instrutiva. Nela, diante de uma assistência quantiosa, caiu, por sorte, a lição evangélica: O Perdão e o Esquecimento das Ofensas, que foi comentado por parte dos irmãos que tomaram parte na mesa.

Em caminho para a casa do caro Irmão André, o Chico, que ouvira a nossa conversa, contou-nos: Há tempos, há uns 20 anos ou menos, recebi uma grande ofensa por parte de alguém a quem muito beneficiara. Calei-me, tendo pedido à Jesus para me ajudar a não lhe querer mal e a esquecer a ofensa recebida. O ofensor mudou-se de Pedro Leopoldo e não lhe soube mais notícias. Esqueci-o de fato.

Passado muito tempo, observei que um irmão daqui, não me era estranho e, logo assim me via, escondia-se, fugia de mim. Fiquei preocupado: Teria eu lhe feito algum mal?… E esperei. Numa tarde, numa esquina de rua, encontramo-nos e fui ao seu encontro e o abracei dizendo-lhe: que é isto, por que foge de mim, será que o molestei alguma vez? O irmão, mostrando nos olhos grande surpresa e comoção, me respondeu:

– Eu é que estou arrependido da ofensa que lhe fiz…

– Ofensa, não me lembro, quando, em que lugar?

– Há uns 20 anos atrás, ali no bar.

Foi, então, que me lembrei da ofensa, que, dentro de mim, estava morta, porque Jesus me ajudara a esquecê-la… Abraçamo-nos. E, de novo, caminhamos com bons irmãos.

A lição do Caso nos comoveu, perguntou-nos o espírito e valeu pela mais linda das lições e pelo melhor dos remédios à nossa doença de não querermos perdoar ou de não sabermos ou querermos esquecer ofensas recebidas.

(Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama)

REFLEXÃO

Ahhh, o Perdão!!!!!!

Quando sentido verdadeiramente, soa como bálsamo em nossas mentes e corações.

Ao perdoarmos, estamos mantendo o coração puro e a mente tranquila e equilibrada. O perdão verdadeiro nos livra de muitas perturbações emocionais e doenças físicas que nos maltratam.

Infelizmente, nós, em nosso patamar de evolução, não conseguimos ainda seguir os ensinamentos do Mestre como devíamos. Ele nos mostrou que devemos perdoar, não sete vezes, mas sim, setenta vezes sete. Na verdade, o que nosso Irmão Maior quis nos dizer, é que devemos perdoar quantas vezes forem necessárias.

Ao deixar de perdoar nosso próximo, estamos esquecendo de que nós mesmos, inúmeras vezes, precisamos do perdão daqueles a quem ofendemos, mas perdidos em nosso orgulho e ego feridos, nem sequer percebemos que magoamos nossos irmãos.

Aquele que perdoa, se mantém muito mais saudável de corpo e espírito do que os que carregam mágoas e tristezas em seus corações.

Jesus, quando nos ensinou há mais de 2.000 anos que devemos perdoar sempre, nos ensina também que a primeira pessoa a se beneficiar com o perdão, somos nós mesmos e ao falarmos deste perdão verdadeiro, não estamos nos referindo àquele que fala somente, mas sim aquele que sente do fundo da Alma e coração.

Estamos falando do perdão em que conseguimos enxergar nosso próximo como um irmão em evolução assim como nós e que erra tentando acertar; um irmão que como filhos de Deus, merece a compreensão e o respeito do próximo.

É necessário lembrar que, nós, em nossa fase de evolução, não conseguimos ainda perdoar imediatamente a uma ofensa. É preciso esforço para iniciar o processo do perdão.

Não devemos desejar o mal a quem nos magoou, sempre lembrando que nenhum de nós está isento de ferir o outro com palavras e atitudes.

Aprendemos no Evangelho de Jesus que é preciso perdoar para que Deus nos perdoe, pois não iremos merecer o perdão de Deus se nos apresentarmos com o coração impuro, cheio de mágoas e sentimentos menos elevados.

Nosso Mestre Jesus deixa-nos bem claro na Prece do Pai Nosso quando diz: “Senhor… perdoe nossas ofensas, assim como devemos perdoar nossos ofensores”. Ele nos alerta da necessidade que temos de perdoar o irmão que nos ofendeu, antes de pedir perdão à Deus.

A mensagem de Chico é bem clara quando diz que o ofensor, cedo ou tarde, toma consciência da ofensa desferida. Nessa hora, é muito importante praticar a humildade e nos retratar com aqueles a quem precisamos acertar “arestas”. Quando isto acontece, fica muito nítido a sensação de leveza na mente e coração do ofensor.

Ao nos sentirmos perdoados ou quando perdoamos, nos livramos de muitas doenças físicas e emocionais, limpando assim, nosso corpo espiritual, de muitos fluidos deletérios que se transformariam em doenças mais tarde.

Caros irmãos, tomemos consciência de que o perdão é um “Santo Remédio” para muitos males que sofremos e que com certeza depende de nós evitarmos.

Que possamos absorver as lições do Evangelho de Jesus sobre o perdão e tantas outras questões, para seguirmos realmente o caminho da verdadeira felicidade.

2 Comentários

  1. linda reflexão

    Por Regina em abril 16, 2023 às 3:11 am
  2. Obrigada por nos acompanhar, Regina!

    Por ceap em julho 31, 2023 às 10:08 pm

Comente