Por Roberto Cidade
“Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar o seu regresso”. (Lucas 15,24)
Conhecer a Deus foi, e continua sendo, a grande ânsia da Humanidade. É nato nos espíritos, encarnados ou não, religiosos ou não, a crença em uma entidade maior a nos guiar.
Uma das expressões simbólicas de Deus mais difundida é a imagem criada por Michelangelo na capela Sistina, em Roma, no ano de 1512. A imagem retrata um Deus a nossa imagem e semelhança, preguiçosamente deitado sobre nuvens, cercado de querubins que lhe servem de criados, estendendo um dedo a favor dos homens. Uma imagem de inestimável valor artístico, mas equivocada.
Outro entendimento de Deus é de um ancião carrancudo e ranzinza, a mandar fogo do céu sobre seus filhos. Senhor dos exércitos, manda que se exterminem aqueles que não o adoram. Este Deus traz seus filhos sobre rédeas curtas e sua justiça é implacável. Tal interpretação serviu para a Humanidade encontrar uma linha de moral mais aceitável, ainda que fosse pelo temor das punições eternas.
Allan Kardec também expressa a necessidade dos homens contemporâneos de conhecer a Deus, trazendo logo na primeira questão do Livro dos Espíritos: O que é Deus?
A resposta dos Espíritos vem clara: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” e complementam: “Para acreditar em Deus, basta ao homem lançar os olhos sobre as obras da criação. O universo existe, portanto ele tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e admitir que o nada pôde fazer alguma coisa”.
Uma resposta clara, inequívoca e coerente. Entretanto, para muitos, soa fria e impessoal. Entendem que Deus está distante, ocupado com o Universo, sem tempo para seus filhos.
Jesus, o Mestre Divino, traz a resposta a nossas dúvidas, pois conhecedor da pequenez humana conta-nos uma estória sobre um filho que, deslumbrado pela vida material, pede sua parte na herança do pai, esbanjando-a até o fim. Desta vida inconsequente, surge o aprendizado na dor e o ajuste moral necessário. Neste ponto, o filho lembra-se da vida próspera que o pai lhe oferecia e decide voltar à casa.
O destaque, nesta oportunidade, é a reação do pai que, com extremada alegria, vai correndo em direção ao filho. Não há cobranças, não há broncas. Apenas uma recepção efusiva e compreensiva, sem imposições. Fosse o pai da parábola um homem comum e o final com certeza seria outro.
Na parábola, fica evidente que o pai é Deus e o filho pródigo uma de suas criaturas, envolvidas na tentação da matéria. E Deus vem exultando de alegria, até nós, filhos pródigos, recebendo-nos de volta e clamando que todos compartilhem desta ventura.
Nossa aventura pródiga serviu-nos de aprendizado e suas consequências as trazemos como bagagem moral. E Deus não nos censura a experiencia. Palavras do próprio Jesus!
A conclusão é de que qual seja a forma de Deus, sua essência é o Amor, eterno e sem limites. Assim como será a Alegria Divina que lhe proporcionaremos quando retornarmos para Sua Casa. Assim seja!
2 Comentários
Muito conhecimento sobre o Cristianismo! Amei o texto!
Obrigado por nos acompanhar!