Por Ivan Melo
Na questão 161 do livro “O Consolador”, psicografado por Chico Xavier, pergunta-se: Que é arte?
Emmanuel esclarece: “a arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse ‘mais além’ que polariza as esperanças da alma. O artista verdadeiro é sempre o ‘médium’ das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o Infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor”.
Na resposta acima temos a explicação de como a arte é vista pela espiritualidade. Emmanuel conseguiu traduzir em palavras o que os pintores estão buscando com seus trabalhos, que é levar os corações dos homens para Deus.
Popularmente conhecido como pintura mediúnica, o ato de transmitir visualmente uma mensagem, seja em forma de arte ou não, se chama psicopictografia, ou pictografia, de acordo com a Doutrina Espírita. Trata-se de uma faculdade na qual os médiuns, por meio dos espíritos, realizam desenhos ou pinturas de quadros com a utilização de técnicas diversas.
Então, podemos dizer que a Pintura Mediúnica é a manifestação dos espíritos por meio da arte e tem como finalidade auxiliar o próximo, curar os males do corpo e da alma, transmitir energias benéficas e positivas, entre outras.
Além de sensibilizar as pessoas e servir como ponte de comunicação entre os espíritos e nós, os encarnados, a psicopictografia nos mostra, pela arte, que existe vida após a morte.
Embora algumas pessoas, até mesmo espíritas, acreditem que essa forma de comunicação é recente, a Pintura Mediúnica já foi prevista e explicada por Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, em 1861. No capítulo XVI, o autor afirma: “são médiuns pintores ou desenhistas os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos”.
Para poder ser um bom instrumento aos mestres da pintura, é preciso dedicar-se ao aprendizado técnico diuturnamente, além de ter disciplina dos pensamentos e sentimentos, os quais representam, por assim dizer, as cores das tintas emocionais que os pintores precisam para executar as obras com luminosidade e beleza, o que as obriga, além de tudo, a lutar contra as próprias limitações e buscar a melhoria moral todos os dias.