Por Marcio Nicolay
Nascido em 12 de julho de 1902, em Borebi, São Paulo, Jésus Gonçalves tem uma história de vida marcada por sofrimentos e por sua redenção ao amor de Deus. Após sua conversão à Doutrina Espírita, passa a esclarecer e consolar seus companheiros sob a luz do Evangelho. Desde então, pediu para ser chamado de Jésus, por não se achar digno de ter o mesmo nome do Mestre Nazareno – Jesus.
Sua luta na esfera terrena iniciou cedo, quando, aos três anos de idade, ficou órfão de mãe. Mudou-se para o município de Bauru em 1919 onde trabalhou na prefeitura. Aos 20 anos, casou-se e teve seis filhos vindo, após poucos anos, ficar viúvo.
Após novo matrimônio, com 27 anos, ele foi diagnosticado com Hanseníase, sendo obrigado a entregar suas filhas do primeiro casamento aos cuidados de familiares e a abandonar o emprego e demais atividades. Ateu convicto, a separação das filhas e a aposentadoria precoce foi muito difícil para Jésus.
Após um período na fazenda de um amigo, onde podia trabalhar no plantio de frutas, foi recolhido pela agência de saúde e levado a um sanatório e, apesar de sua revolta com essa situação, nunca se deixou abater, procurando sempre se manter ativo.
Numa viagem de transferência para clínica especializada, devido a dores no fígado, foi obrigado a parar na cidade de Itu, interior de São Paulo, ficando internado no Hospital Pirapitingui, local onde conheceu a amiga Ninita, que lhe apresentou a realidade da vida espiritual.
No velório de sua segunda esposa, que desencarnou em 1943, ocorreram diversos fenômenos mediúnicos, inclusive a psicografia de uma carta de sua esposa recém-desencarnada em que lhe dizia, entre outras coisas, para não duvidar da existência de Deus.
Tais acontecimentos, aliados ao sofrimento cada vez mais intenso, fizeram com que Jésus começasse a aproximar-se de Deus. O devotamento ao estudo das obras espíritas ajudou-o a encontrar as respostas que buscava em sua vida e, convertido ao Espiritismo, fundou em Pirapitingui, em 1945, o Centro Espírita Santo Agostinho.
Apesar das restrições impostas pela doença, ele trabalha de forma ativa na seara do bem, ajudando todos os necessitados a se aproximarem de Deus e, apesar dos infortúnios, sua própria existência foi um exemplo de amor por seus irmãos.
Em 1947, o nobre trabalhador desencarna, após diversos sofrimentos físicos e morais que o fizeram crer na continuidade da vida, graças a Doutrina Espírita, conduzindo um trabalho de amor ao próximo e uma nova sementeira de vida, redimindo-se, assim, dos erros de encarnações passadas.