Amália Domingo y Soler

Publicado por . Em: Grandes Vultos

Por Marcio Nicolay

Nascida em 10 de novembro de 1835, na cidade de Sevilha, Espanha, Amália foi a primeira mulher no mundo, a defender o espiritismo contra o preconceito religioso.  Poetiza desde os dez anos de idade, seus textos ganharam grande destaque no cenário do Espiritismo espanhol, tendo a sua fama ultrapassado as fronteiras da península ibérica.

Órfã de pai desde o nascimento, após o desencarne da mãe, quando contava com 25 anos de idade, Amália partiu para Madrid em busca de melhores possibilidades.

Trabalhando como costureira, a menina esforçava-se também para escrever seus versos. O empenho unido a difícil condição em que vivia, pioraram seu problema de visão e, somente graças ao tratamento feito por um médico homeopata, salvou-se da cegueira. Foi também este médico que lhe falou pela primeira vez do Espiritismo, emprestando-lhe um exemplar do jornal espírita “El Critério”.

Dali por diante os seus escritos, que apenas expressavam amargura, passaram a constituir uma fonte de consolação. Ela havia compreendido que os sofrimentos experimentados nesta vida são heranças de faltas cometidas em vidas pretéritas e que, embora muitas pessoas tenham diante de si horizontes sombrios, deve-se compenetrar que Deus é Pai de misericórdia e de amor, sempre pronto a conceder benesses de luz e dar sustentação às almas alquebradas.

No periódico espírita “La Revelación”, de Alicante, foi publicado pela primeira vez uma poesia de Amalia Domingo Soler (ela mesma assinava seu nome sem o “y”). Seu primeiro artigo doutrinário, “La Fe Espiritista”, sai pelo jornal “El Critério”, em 1872.

No final de 1877 resolveu começar a responder artigos que criticavam o Espiritismo. Neste mesmo período, o editor espírita Juan Torrents convidou-a para escrever um jornal espiritista, feito por mulheres e dedicado a elas. Assim nasceu “A Luz do Futuro”, onde foi responsável por sua direção durante 20 anos.

Amália foi uma mulher singular. Era um exemplo vivo de firmeza, de fé e de amor, na defesa dos ideais que esposava. Um de seus grandes trabalhos foi a obra “As memórias do Padre Germano”, seu guia espiritual, um verdadeiro repositório de ensinamentos vivificantes. Desencarnou em Barcelona, em 29 de abril de 1909.

Referências:

Personagens do Espiritismo – Antonio de Souza Lucena e Paulo Godoy

Federação Espírita Espanhola

Federação Espírita Brasileira

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