A madrinha do Chico, por vezes, passava tempos entregue a obsessão. Assim é que, nessas fases, a exasperação dela era mais forte. Em algumas ocasiões, por isso, condenava o menino a vários dias de fome.
Certa feita, já fazia três dias que a criança permanecia em completo jejum. À tarde, na hora da prece, encontrou a mãezinha desencarnada que lhe perguntou o motivo da tristeza com a qual se apresentava.
— Então, a senhora não sabe? Tenho passado muita fome – explicou o Chico.
— Ora, você está reclamando muito, meu filho! Menino guloso tem sempre indigestão – disse dona Maria João de Deus.
— Mas hoje bem que eu queria comer alguma coisa…
A mãezinha abraçou-o e recomendou:
— Continue na oração e espere um pouco.
O menino ficou repetindo as palavras do Pai Nosso e daí a instantes um grande cão da rua penetrou o quintal. Aproximou-se dele e deixou cair da bocarra um objeto escuro. Era um jatobá saboroso…
Chico recolheu, alegre, o pesado fruto, ao mesmo tempo em que reviu a mãezinha ao seu lado, acrescentando.
— Misture o jatobá com água e você terá um bom alimento.
E, despedindo-se da criança, acentuou:
— Como você observa, meu filho, quando oramos com fé viva até um cão pode nos ajudar, em nome de Jesus.
Por Shirlene Divino
Muitos de nós ainda não despertamos para o valor da prece proferida! Passamos grande parte do tempo envoltos em aflições, impossibilitados de criarmos conexão com o Alto, por conta de nossas próprias vibrações.
Na mensagem “ O valor da oração”, Chico nos dá a prova do quantos somos amados por Deus, que não nos desampara jamais e nos envia amigos de forma surpreendente para nos auxiliar.
A Doutrina Espírita nos ensina que somos ouvidos em tudo quanto rogamos, porém há sempre uma análise relacionada ao merecimento e necessidade daquele que pede, isso porque temos provas a superar e, muitas vezes, aquilo que no momento aparentemente é um mal, será de grande valia para nosso aprendizado no processo educativo que todos nós vivemos.
É de suma importância sabermos pedir; não para que seja tirado nosso fardo, mas sim que tenhamos força e equilíbrio para que o mesmo se torne mais leve e isso dependerá do empenho de cada um de nós.
No Evangelho de Jesus somos alertados com a máxima “ajuda-te que o céu te ajudará” esclarecendo-nos o quanto depende de nós as dádivas recebidas de nosso Pai Maior.
Busquemos discernimento na hora de rogarmos, pois nem tudo que queremos é o melhor em nossas vidas nos momentos de aflições. Tenhamos a fé viva como dona Maria João de Deus nos orienta.