Sentimento de Solidão

Publicado por . Em: Reflexão

Por Denilson Pisaneschi

O homem é um ser gregário por natureza. Vive em sociedade desde épocas primitivas por necessidades de aprendizado, preservação da espécie, proteção e conquista de alimentos, buscando na cooperação a ferramenta apropriada.

No entanto, vem crescendo no Brasil e no mundo a taxa de pessoas que se dizem solitárias e, em alguns lugares, ultrapassam a marca dos 20%. Tal sentimento apresenta-se com maior intensidade em jovens entre 16 e 24 anos e pessoas com mais de 65 anos.

As motivações são as mais variadas possíveis, tais como: não ter ninguém para conversar, sentir-se desconectado do mundo, sentir-se abandonado e triste, ser mal compreendido, ter receios e inseguranças, todos sempre associados a baixa autoestima, depressão e falta de confiança.

Na obra O Homem Integral, de Divaldo Franco e Joanna de Angelis, essa questão é abordada com o seguinte ponto de vista “pressionado pelas constrições de vária ordem, exceção feita aos fenômenos patológicos, na área da personalidade, o indivíduo tímido, desistindo de reagir, assume comportamentos fóbicos…e começa a detestar o convívio com as demais pessoas, retraindo-se, isolando-se”. Este já um caso mais avançado.

De acordo com a revista BBC, que realiza pesquisa em relação ao assunto, “sentir-se solitário não é o mesmo que estar sozinho. A solidão é uma sensação de desconexão, de que você não é compreendido por ninguém em seu entorno e não possui as relações significativas que gostaria”. Isto significa que o indivíduo pode estar rodeado de pessoas em seu círculo familiar e de trabalho, mas mesmo assim se sente-se só, ao passo que outros que vivem sozinhos por não serem casados ou terem familiares distantes e pouco círculo de convívio, não se sentem sozinhos.

No Livro dos Espíritos questão 768, tem-se a seguinte consideração: “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e o enfraquecimento”.

Nesse entendimento, as tribulações que se afiguram constantemente em nosso cotidiano podem nos fazer passar por momentos de aflições. Em Pão Nosso, de Chico Xavier e Emmanuel, ressalta-se que “o Pai nunca deixa os filhos desamparados, assim, se te vês presentemente sem laços domésticos, sem amigos certos na paisagem transitória do Planeta, é que Jesus te enviou a pleno mar da experiência, a fim de provares tuas conquistas em supremas lições”.

Nestas situações, a recomendação por manter a calma e a confiança é o melhor remédio, tendo na oração um aliado eficaz. A certeza de que estas dificuldades são passageiras devem nos estimular ao convívio social saudável, de modo que todas as situações nos tragam a reflexão e o aprendizado necessários à nossa jornada evolutiva.

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