Por Marcio Nicolay
De acordo com a Bíblia, no livro Genesis, Ismael foi o filho de Abrão com a egípcia Agar, que era a serva de sua esposa Saraí.
Naquele tempo, Saraí contava com 79 anos de idade, sendo estéril e sabendo que Abrão deveria deixar descendentes, lhe cedeu sua serva, como concubina, para que tivesse um filho com ela.
A serva Agar, ao perceber que estava grávida, começou a maltratar sua senhora que, por sua vez, se queixou com Abrão, que lhe permitiu fazer com a serva o que bem entendesse. Então, a esposa Saraí expulsou-a da cidade.
No deserto, com sede e fome, Agar ouve a voz de um anjo que lhe manda voltar ao acampamento de Abrão e dar a seu filho o nome de Ismael.
Quando o menino completa 13 anos, Abrão recebe de Deus a notícia de que Saraí daria à luz um filho, que seria seu herdeiro e que se chamaria Isaac. A partir de então, Abrão se chamaria Abraão e Saraí passaria a se chamar Sara.
Deus promete que Ismael não ficaria desamparado e que seria rei de 12 tribos. O que de fato ocorreu, sendo cada tribo de um filho seu.
Avancemos no tempo e vamos ao século 16 depois de Cristo.
No livro “Brasil – Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, ditado pelo espírito Humberto de Campos ao memorável médium Chico Xavier, encontra-se esse diálogo entre Jesus e Ismael, logo após a descoberta do Brasil:
“Ismael, manda o meu coração que doravante sejas o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro. Recebe-a nos teus braços de trabalhador devotado da minha seara, como a recebi no coração, obedecendo a sagradas inspirações do Nosso Pai”.
Ismael recebe o lábaro bendito das mãos compassivas do Senhor, banhado em lágrimas de reconhecimento e nele inscreve, em letras azuis, o lema imortal: ”Deus, Cristo e Caridade”.
Ainda em seu cuidado com a pátria do Evangelho, Ismael trouxe o Espiritismo ao Brasil, inicialmente por meio de dois médicos humanitários, Bento Mure e Vicente Martins, que eram homeopatas. Ambos traziam por lema, intuitivamente, os mesmos termos da bandeira de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”.
Será este Ismael o mesmo do Genesis? Não o sabemos!