Por Elcio de Lima Rodrigues
Jean Paul Sartre é um filosofo francês muito conhecido no mundo inteiro. Certa vez ele disse: “Estamos condenados a ser livres”!
Olha que interessante: o nosso sonho é ser livre e, no entanto, estamos condenados a ser livres!
Ser livre impõe ao homem a necessidade de fazer escolhas, ou seja, usar o livre-arbítrio. Para Sartre, nós não temos uma função predefinida, como uma tesoura que foi criada para cortar, por exemplo. Nós vamos moldando a nossa vida por meio das nossas escolhas. Isso é o Livre Arbítrio, tão comentado no meio Espírita.
Temos a liberdade, mas somos responsáveis por aquilo que escolhemos. Interessante a visão do filósofo ao observar que a liberdade, de certa maneira, é uma condenação. Não há como viver sem fazer escolhas, simplesmente eu não consigo deixar de ser livre, daí o aspecto “condenação”. E, assim, vamos traçando o caminho das nossas vidas.
O problema é que muitas vezes nossos projetos entram em conflito com o projeto de vida dos outros. Eles, os outros, tiram parte da nossa autonomia e é através do outro que reconhecemos nossos erros e acertos.
Ora, uma vez que o outro expõe nossas fraquezas, voltamos a Sartre e outra célebre frase: “o inferno são os outros”. Entretanto, na realidade, o inferno está dentro de nós e o mundo apenas o reflete. Tudo começa em nosso íntimo: o mundo exterior é apenas reflexo do que está dentro de nós e a maneira como encaramos a vida faz toda a diferença.
Vejamos agora essa mesma questão de liberdade e livre-arbítrio pelo lado espiritual
Os espíritos sempre nos alertam que projetamos nossa insatisfação nos outros ou nas circunstâncias da vida, ou seja, sempre escolhemos culpados. Porém, nem sempre a culpa está no outro ou nas circunstâncias, mas a mente está viciada em procurar defeitos: vemos defeitos em tudo e, muitos não conseguem ver nada de bom, embora sempre haja um lado positivo. Nesse momento, surgem os conflitos. Entretanto, mesmo das situações de conflito podemos tirar lições importantes:
1) O conflito nos mostra quem realmente somos.
Todo conflito é uma espécie de espelho e por meio dele podemos enxergar até que ponto vivemos o nosso ideal sem depender do outro, sem deixar que o outro controle a nossa vida;
2) O conflito nos coloca em contato com a diversidade
Isso porque as pessoas vivem diferente de nós, em casas diferentes, em famílias diferentes que passaram por caminhos diferentes daqueles pelos quais passamos;
3) Muitas pessoas projetam em nós problemas que são delas
Ou seja, colocam em nós o estresse que é dela e essa energia não é nossa. É preciso limpar o espírito com preces e reflexões, porque senão, dali a pouco, agiremos como os outros. Também é preciso muita oração para não se misturar com os pensamentos dos outros.
4) Até que ponto eu permito que o outro decida a minha vida, decida se sou feliz ou não?
Quando eu posso ser feliz ou não, eu tenho que ter discernimento. Como disse Jesus: “Eu venci o mundo”.
Nós não estamos aqui para vencer no mundo. Não viemos aqui para ser melhor que ninguém. Estamos aqui para sermos melhores do que fomos ontem, por isso, temos nosso livre-arbítrio.
Se naquele momento em que a vida estiver se apagando para nós, pudermos olhar por um átimo de segundo para trás e dizer: Ah, valeu à pena! Que ótimo! Nossa vida foi um sucesso!
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