ANTÔNIO DE PÁDUA

A escolha do patrono do Ceap se deu por intuição mediúnica dada a um dos fundadores da Casa.

O frade franciscano Antônio de Pádua foi escolhido por suas virtudes de auxílio ao próximo e emprego de suas faculdades mediúnicas sempre com o objetivo de contribuir com a causa social.

História de Vida

Fernando Martim de Bulhões nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195. O frei franciscano, mais tarde conhecido por Antônio de Pádua, teve em sua hagiografia mais de 50 milagres reconhecidos, entre ressurreições, curas de doenças físicas, controle de forças naturais e domesticação de animais. Tais “milagres” eram realizados graças a suas faculdades mediúnicas.

Na época em que viveu Antônio de Pádua, o acesso ao ensino era coordenado pelo clero e destinado apenas aos mais abastados. Nas conhecidas Sés, aprendia-se gramática, latim e música. O jovem Fernando de Bulhões, por pertencer a uma família de renome, teve acesso aos estudos e ficou até os 15 anos de idade na Sé de Lisboa.

No ano de 1211, decidiu entrar para o convento dos frades agostinhos, em São Vicente de Fora e, no ano seguinte, transferiu-se para o retiro de Coimbra, onde aprofundou seus conhecimentos em filosofia e teologia e aprimorou suas faculdades mediúnicas.

Antônio de Pádua não compactuava com a posição das instituições religiosas que eram controversas aos ensinos de Jesus, trocando lucros materiais por negócios espirituais, o que aumentava ainda mais a desigualdade social entre o clero a grande população. E, em 1220, com a chegada a Coimbra das relíquias de cinco mártires franciscanos mortos no Marrocos, o jovem Fernando, comovido com o trabalho desses missionários, imediatamente entrou para a ordem dos franciscanos. Desde então adotou o nome de Antônio de Pádua.

Antônio de Pádua desencarou na Itália, em 13 de junho de 1231, com apenas trinta e seis anos de idade, sendo sepultado numa basílica que se tornou lugar de peregrinação. Relatos contam que perto da morte de Antonio, apareceu-lhe o menino Jesus. O trabalhador maravilhoso foi canonizado no ano seguinte pelo papa Gregório IX.

Os prodígios de Antônio de Pádua

Durante suas pregações, Antonio de Pádua conseguia controlar as forças naturais, permitindo, por exemplo, que num dia de chuva, seus ouvintes não ficassem molhados. Além disso, suas palavras chegavam aos ouvidos de pessoas que estavam muito distantes, como mostrado no livro Antônio de Pádua: Sua Vida de Milagres e Prodígios.

“Fechavam-se as tendas de comércio. E Antônio era escutado por todos, no meio de silêncio quase incrível, diante de tanta gente reunida. É que os Espíritos irradiavam a voz do médium, tanto assim que uma senhora, estando proibida pelo esposo — incrédulo — de assistir a uma dessas pregações, e achando-se a chorar, debruçada à janela da casa, ouviu, entre assustada e cheia de júbilo pela revelação de forças estranhas, todas as palavras que Antônio proferia no púlpito, erguido a quase meia légua de distância”. (7ª edição, Federação Espírita Brasileira, 1987).

Outra importante virtude de Antonio de Pádua foi a bicorporeidade, onde em uma situação ele se desmaterializou e apareceu em dois lugares ao mesmo tempo.

Em O livro dos médiuns (página 187), Allan Kardec destaca a seguinte história: “Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua”.

Antônio foi designado por Francisco de Assis para lecionar teologia aos frades da região da Bolonha e, com 26 anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte italiano. Após o passar do tempo, Antônio de Pádua percorreu várias regiões da Itália e sul da França atendendo aos necessitados.

Referências:

União Espírita Mineira (UEM), disponível em: https://www.uemmg.org.br/biografias/antonio-de-padua